Sabe o que acontece com as notas antigas do Banco Central?
Quem acredita no ditado de que o dinheiro é a raiz de todos os males poderia rever sua posição se conhecesse um projeto apoiado pelo Banco Central (BC), que transforma cédulas que saem de circulação em adubo para lavouras de agricultores familiares do Pará.
Picotado e sem valor, o papel-moeda serve para fertilizar e regenerar os solos da região através de um composto que leva também palhas e restos de frutas e verduras.
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O projeto da Universidade Federal Rural do Amazonas (UFRA) é um dos preferidos do BC para se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entrará em vigor no ano que vem, e proíbe a instituição de jogar as notas que saem de uso em aterros sanitários. Por ano, 2,3 milhões de cédulas são retiradas de circulação – em torno de 2 bilhões de toneladas. A quantidade é pequena perto das 5,57 bilhões que transitam entre bancos e bolsos.
A professora Thérèse Hofmann, do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB), tem parceria com o BC desde 1996, quando conseguiu registrar a patente da solução para tirar a resina das notas.
O componente, como já comprovou todos que lavaram por engano uma cédula esquecida na roupa, impede que o dinheiro absorva água, o que é essencial para manter as cédulas em uso por mais tempo, principalmente em regiões úmidas, mas dificultava o processo de reciclagem.
Com a quebra da resina, o dinheiro reciclado volta a ser papel normal e dele podem surgir certificados, convites de casamento, cadernos, pastas, cúpula de abajur, entre outros objetos.
Thérèse afirma que tem condições de expandir o projeto para todas as cidades onde o BC tem regional. “Só que preciso de dinheiro inteiro. Picotado, tenho bastante”, brinca. Falta, segundo ela, investimento para que a experiência possa ser replicada pelo país.
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